
Pedalar no verão e encarar o sol e o calor é um desafio a mais para todo ciclista. Imagina para quem mora no Nordeste do país onde a temperatura beira os 40 graus.
A fiscal Alessandra Santos, de 42 anos, mora em Penedo (AL), a cerca de 150 km da capital Maceió.
Ciclista há 2 anos, ela contou ao Pedal na Rede que pedala ao menos três vezes por semana, sempre pela manhã e a noite.
Para evitar o desgaste com o sol, ela costuma sair bem cedo, às 5h da manhã, geralmente para voltar às 9h. E, claro, levar muita água.

Além da garrafinha, vai com uma mochila de hidratação nas costas e às vezes dá sorte de conseguir trocar a água por uma mais geladinha.
O protetor solar também não pode faltar, assim como as roupas de ciclismo com proteção da pele contra os raios solares.
“Como o sol aqui é muito quente, não é fácil. Mas enfrentamos ele até o nosso limite”, disse.
Sol o ano todo

Moradora em Natal (RN), a arquiteta Andreia Campos pedala há 9 anos e, para manter a atividade ao menos quatro vezes na semana, prefere sair de bike no fim da tarde, por volta das 16h45, e retornar no início da noite. Quando vai pela manhã, tem que sair às 5h para estar de volta no máximo até 8h30.
“Aqui é sol o ano todo. Uso muito protetor solar, principalmente no rosto. Não gosto de manguitos ou manga longa por causa do calor, então só uso protetor mesmo”, disse a ciclista de 40 anos.
Andreia leva também duas garrafinhas de água congelada e quando acaba procura algum comércio para repor rapidamente. Não dá para ficar sem. No fim do pedal, costuma se hidratar com água de coco.
“A vantagem aqui é que venta muito, aí ameniza o calor. Pedalo sempre na região litorânea, acompanhada com os amigos, e com pausas para as fotos, que não podem faltar”, disse a ciclista.
Pedal pela manhã

Em Salvador (BA), a analista de qualidade Gisele Byrne, de 39 anos, também pedala quatro vezes na semana e, de preferência, na parte da manhã, saindo às 5h para retornar às 8h.
Além de encarar um sol mais brando, ela disse que tem mais disposição para focar no trabalho. “Dependendo da estação no ano, ainda posso contemplar um belo nascer do sol enquanto pratico minha atividade física”, afirmou.
Gisele, que pedala há apenas sete meses, não abre mão das roupas de ciclismo que ajudam a proteger a pele. Disse que usa e abusa do protetor solar durante o passeio e, no pós pedal, faz questão de um hidratante.
Se o treino for mais longo, leva duas garrafinhas, uma com água gelada e outra congelada. “Para pedal curto, uma garrafinha já atende as minhas necessidades”, contou.
Calor e perrengues

Há 180 km da capital Salvador, o paulistano Renato Andrade, de 43 anos, explora as trilhas da cidade de Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano.
Ciclista há três anos, o corretor de seguros pedala de duas a três vezes por semana, na maioria das vezes entre 5h e 7h da manhã antes de ir para o trabalho.
“O sol não dá trégua. É preciso hidratação constante, alimentação balanceada e suplementação para os pedais mais longos”, disse.
Carregar muita água é fundamental. Um squeeze térmico e um reservatório com gelo ajudam, mas às vezes não dão conta. “Aí é ir parando e a população abastece o grupo. A interação aqui é formidável”, contou.
Renato confessa que não usa protetor solar como deveria. Prefere bandanas e roupas com proteção UVA e UVB. Disse que já passou muitos perrengues no calor, principalmente nas rodovias BR101 e BA046.
“Há ciclistas que gostam mais de pedalar nas pistas, só que o calor é mais intenso devido à temperatura do asfalto com a incidência do sol. Já pedalei sozinho e com o grupo nessas pistas e confesso que o calor é terrível, provocando fadiga muscular e insolações. Sem contar o risco e a tensão de dividir a pista com carros, mesmo andando nos acostamentos”, relatou.

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